Como era a vida das crianças quando não existia Internet? O que faziam? Brincavam no jardim das casas! Acompanhe o relato incrível da Lilly Lutzemberger sobre a infância até a adolescência do seu pai, o agrônomo, paisagista, ambientalista e ecologista José Lutzenberger nos anos de 1932 a 1944*. Através das ilustrações do avô da Liliy, o artista plástico e arquiteto Joseph Franz Seraph Lutzenberger, pode se ter um retrato da época, quando não existia tecnologia, nem brinquedos de plástico. O mundo era realmente outro! Eram aulas práticas diárias de educação ambiental através das brincadeiras no jardim do pátio da casa e na exploração da natureza. Acompanhem minha homenagem ao Lutz com o capítulo 2 dos posts pela Semana do Meio Ambiente.
Na ilustração acima podemos ver Lutzenberger pai retornando de uma de suas excursões zoobotânicas. Conforme nos conta a filha Lilly: “Ele voltava estropeado e carregado de plantas e bichinhos. Ele demorava tanto para voltar para casa que a mãe dele, que era muito medrosa, ficava maluca de preocupação, achando que ele havia caído num buraco e morrido ou sido devorado por um animal selvagem. Muito católica, depois de algumas horas, ela começava a acender velas pela casa toda e a rezar, rogando que seu filho regressasse ao lar são e salvo.”
Lilly: – “O jardim da Casa Lutzenberger em Porto Alegre foi sempre muito movimentado, pois minha avó e os 3 filhos o utilizavam para jardinar e brincar. Meu avô , Joseph Franz Seraph Lutzenberger, não tanto porque sua profissão consumia quase todo seu tempo. Mas arrumou tempo para registrar a infância dos filhos na casa e no jardim em um pequeno diário ilustrado que inaugurou quando nasceu o primeiro, meu pai, em 1926. Na seqüencia, nasceram suas duas irmãs, em 1928 e 1929.”
“Neste diário se pode apreciar em divertidos desenhos o que esposa, filhos e uma infinidade de sobrinhos e amiguinhos aprontavam tanto no jardim quanto no depósito de materiais de construção ao lado. As ilustrações de meu avô, além de engraçadas, são muito reveladoras, pois mostram como ele desde cedo identificou as inclinações naturalistas de seu filho.”
Nas ilustrações a seguir, está o cachorro de estimação do Luzenberger, o Lux, que sempre acompanhava-o em suas aventuras.
Lilly conta que “O Lux foi grande companheiro de aventuras de meu pai. Acompanhava-o em suas longas excursões zoobotânicas pela cidade afora: na Redenção, na Glória, nos morros, no Arroio Dilúvio que naquele tempo ainda não era retificado nem poluído, suas águas eram cristalinas e cheias de vida. E no Rio Guaíba, que também ainda era limpo. Meu pai gostava de nadar no rio e Lux nadava junto com ele.”
* Lutzenberger nasceu em Porto Alegre em 1926 e faleceu na mesma cidade em 2002.
Galeria de ilustrações de brincadeiras no pátio – Ilustração: Joseph Franz Seraph Lutzenberger cedida por Lilly Lutzenberger
Saiba mais sobre o ecologista José Lutzenberger e a sua luta ambiental
Conheça o incrível jardim da casa do Lutzenberger
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