O refeitório da empresa Renner recebe mais de 1.300 pessoas entre funcionários e colaboradores para as refeições diariamente. Recém reformado, a reforma do refeitório foi projetada pelo escritório R4 Design. Este projeto foi liderado pelo arquiteto Marlon Braga, da R4 Design em parceria com a equipe da Renner, coordenada pela arquiteta Alessandra Shargorodsky e arquiteta Fabiana Merino Lemos. O jardim foi realizado em parceria com o escritório da paisagista que escreve este Blog, e o ponto alto foi a transformação de uma parede para um jardim vertical com 25 m2. O espaço que recebeu este jardim vertical se transformou em um agradável recanto ao ar livre rodeado de plantas. Acompanhe aqui a implantação do jardim vertical que contou com a ajuda de equipes de engenheiros, agronomos e arquitetos para: colocação dos blocos cerâmicos, pintura, instalação da irrigação, entrega das plantas e outra equipe especializada no plantio da vegetação. Um trabalho sincronizado e com muita logística.
Plantas prontas para o plantio foto: Helena Schanzer
A vegetação foi fornecida pela Floricultura Blumengarten. Após posicionar toda a vegetação dentro dos blocos cerâmicos, cada uma delas é retirada da embalagem plástica e plantada com terra misturada a composto orgânico.
A Prandix Construções executou a reforma do refeitório, com a coordenação do Arq. Renan Nunes. A construção dos blocos cerâmicos do jardim vertical ficou a cargo do arquiteto Ismael Stimamiglio, da Ecoogreen e o plantio da vegetação foi realizado pela equipe do agrônomo Luiz Márcio Viuniski da Ponto Verde.
Plantio cuidadoso das plantas by Ponto Verde
Foi instalado sistema de irrigação por gotejamento com um controlador automático (Timmer) que garante que as plantas recebam água suficiente.
Orquídeas e bromélias transformam muro em jardim vertical- veja AQUI
Veja galeria de fotos das plantas – fotos: Helena Schanzer
Liriopsis
Sedum
Flor da orquidea chuva-de-ouro
Samambaia renda
Russelia vermelha – flor de coral
Veja galeria de fotos de antes e depois da montagem dos blocos:
É possível cultivar plantas em espaços pequenos, nas paredes e nos muros de um modo diferente e inovador. Acompanhem nas fotos a seguir um jardim vertical (também chamado de “parede verde”) que estou montando no showroom da floricultura Blumengarten. O sistema de módulos cerâmicos utilizados é apropriado para cultivar plantas de pequeno porte. É interessante para qualquer espaço que tenha uma parede estruturada e com luminosidade adequada. A irrigação funciona por gotejamento e economiza água. Inclusive é possível automatizar colocando-se timmer. Esta “parede verde” ainda não está pronta, falta preencher com mais samambaias. Até o final desta semana postarei o resultado final deste jardim vertical incrível.
Plantio de orquídeas, asplenios no Jardim vertical em execução by Helena Schanzer foto: Helena Schanzerjardim vertical em execução foto: Helena SchanzerPlantio no Jardim vertical em execução foto: Helena Schanzer
Neste jardim vertical as espécies usadas são na maioria, nativas da mata Atlantica. São orquídeas, bromélias, samambaias de diversas espécies, asplênio, antúrios, marantas e outras plantas de pequeno porte. É possível criar um jardim vertical no sol ou na sombra, pode-se até mesmo criar uma horta de temperos!!
Plantio de bromélias, ripsalis no Jardim vertical em execução foto: Helena SchanzerJardim vertical em montagem – falta terminar!! Foto: Helena Schanzer
O Centro Administrativo Sicredi em Porto Alegre é a primeira edificação já existente a obter a certificação LEED no Brasil e é a quarta obtida na América Latina na categoria Platinum. O banco Sicredi foi fundado há mais de cem anos na cidade gaúcha Nova Petrópolis e hoje é uma instituição financeira cooperativa com mais de 3,3 milhões de associados e atuação em 20 estados brasileiros.
Telhado verde aumenta a pontuação para o LEED -Centro Administrativo Sicredi Foto: Ita Kirsch
O evento que celebrou a conquista da Certificação LEED do Centro Administrativo Sicredi foi emocionante e me orgulho de ter participado na questão de paisagismo e sustentabilidade das áreas verdes. Projetei (juntamente com os arquitetos Campos & Morganti) mais de 5 mil m2 de jardins dos telhados verdes, entorno dos prédios, calçadas e a área do centro de convivência dos funcionários.
Equipe reunida celebrando a conquista do LEED após 2 anos de dedicação – foto: Divulgação
A área total do Sicredi engloba 28.000 m2, sendo a maior parte com área verde.
Bicicletário foi implantado para estimular os colaboradores
A certificação LEED Existing Buildings: Operation & Maintenance, nível platinum (LEED EB O&M Platinum) foi concedida pelo United States Green Building Council (USGBC) para o Centro Administrativo Sicredi em Porto Alegre. Esta certificação representa o mais alto prêmio concedido a edifícios que demonstrem excelência na adoção de práticas sustentáveis e eficientes na gestão. Com a conquista, o Sicredi ultrapassa a marca alcançada pelos demais 27 edifícios que já haviam obtido algum nível de certificação (prata ou ouro) no Brasil. O diretor de Administração e Finanças do Banco Cooperativo Sicredi, João Tavares explica a motivação que levou o banco a buscar o selo LEED: “Acreditamos no projeto de certificação não só por estar alinhado às práticas de sustentabilidade do Sicredi, mas também por ampliar a eficiência da estrutura, com efeitos positivos sobre consumo de fatores como energia elétrica e água, além de contribuir para a estabilidade da operação. Assim, agregamos valor aos associados do Sicredi”.
Paineis solares no Sicredi
“Desde 2014, quando iniciamos a busca pela certificação, o Sicredi não poupou esforços para alcançar a meta. O resultado vem da dedicação de toda a equipe de colaboradores e dos parceiros envolvidos no projeto”, afirma o engenheiro da Administradora de Bens Sicredi, Dino Soccol. “Essa conquista do Sicredi é icônica para o País, não apenas por ser o primeiro LEED EB O&M Platinum do Brasil, mas por despontar como caso de sucesso de edificações existentes com foco em eficiência operacional, redução do uso de recursos naturais e melhoria da qualidade de vida e bem-estar dos ocupantes”, salienta Soccol.
Para adequar o Centro Administrativo Sicredi ao padrão exigido, a instituição financeira cooperativa contou com a OTEC, consultoria especializada no tema desempenho do ambiente construído. “O Sicredi é um exemplo de dedicação e cuidado com seus ativos e a certificação LEED EB O&M Platinum é reflexo das boas práticas adotadas na gestão predial do Sicredi”, analisa o diretor de Desenvolvimento da OTEC, David Douek. “Projetos como este colaboram para elevar o otimismo do mercado de green building councils, demonstrando de forma prática a importância da eficiência energética em edificações existentes para o cumprimento das metas assumidas perante a COP 21 de Paris”, afirma Felipe Faria, diretor executivo do Green Building Council Brasil.
Telhado verde Sicredi foto: Ita Kirsch
O processo de certificação LEED EB O&M Platinum envolveu o monitoramento continuo das práticas de gestão de facilidades que incluem: gestão de energia, água, compras, gestão de resíduos, qualidade do ambiente interno, qualidade ambiental externa, mobilidade, conforto ambiental, saúde do usuário e limpeza sustentável. Além de atender a pré-requisitos obrigatórios, como eficiência energética e eficiência hídrica mínima, e de demonstrar observância a condições obrigatórias de renovação de ar, também é necessário somar pontos obtidos em função de atendimentos aos chamados critérios não mandatórios. Para obter a certificação Platinum, é necessário obter, ao menos, 80 pontos dentro de uma escala de 110. O Sicredi obteve 88 pontos na escala de pontuação, melhor resultado na América Latina na categoria.
Para alcançar o resultado pioneiro, o Sicredi teve que mostrar resultados, tais como:
• Eficiência energética 18% superior à meta, que contou com a contribuição de estratégias, tais como instalação de sistema regenerativo de energia nos elevadores, retrofit do sistema de iluminação artificial do estacionamento e automação dos computadores.
• Eficiência hídrica próxima a 50%, capaz de garantir a totalidade dos pontos neste quesito, oriunda de estratégias como a utilização de água de reuso e sensor de chuva para irrigação; utilização de água de reuso nos sanitários e nas torres de resfriamento; e adequação dos metais sanitários.
• Adoção de linha de produtos de limpeza com o Green Seal, que atende a critérios de toxicidade, compostos orgânicos voláteis e saúde humana, e utilização de equipamentos de limpeza de baixo impacto ambiental e sonoro.
• Alta porcentagem de utilização de transporte alternativo, incentivada por meio de estratégias, tais como o programa de incentivo à carona e a implantação de bicicletário com cobertura fotovoltaica.
• Adoção de estratégias de redução do efeito “Ilha de calor”, tanto nos pisos quanto nas coberturas.
• Implantação de procedimentos de gestão dos sistemas prediais, tais como auditorias de energia e comissionamento contínuo das instalações consumidoras de energia.
• Adoção de fontes de energia renovável “off site”.
• Paisagismo: predominância de espécies nativas ou adaptadas ao habitat local e utilização de técnicas de baixo impacto
• Gestão de resíduos: implantação de central de resíduos e envio de mais de 60% dos materiais para reciclagem ou compostagem de resíduos orgânicos e podas de jardim no próprio empreendimento.
Equipe das mulheres participantes do trabalho para conquista do selo LEED – Foto: Divulgação
Além disso, diversas estratégias permitiram o envolvimento de toda a equipe de colaboradores do Sicredi. Desde a comunicação objetiva, por meio de sinalização, até ações lúdicas, como o “espaço sensorial” – no qual os ocupantes puderam vivenciar a diferença entre um espaço sustentável –, a cultura empresarial ficou explícita no resultado alcançado, sendo a certificação LEED EB O&M Platinum uma conquista inédita que o Sicredi compartilha com todo o Brasil.
jardins Sicredi by Helena Schanzer
Sobre o Sicredi
O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa com mais de 3,3 milhões de associados e 1.500 pontos de atendimentos, em 20 estados do País*. Referência internacional pela organização em sistema, com padrão operacional e utilização de marca única, o Sicredi conta com 121 Cooperativas de Crédito filiadas, distribuídas em cinco Centrais regionais – acionistas da Sicredi Participações S.A. –, uma Confederação, uma Fundação e um Banco Cooperativo, que controla uma Administradora de Bens, uma Corretora de Seguros, uma Administradora de Cartões e uma Administradora de Consórcios.
* Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia, Goiás, Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e Bahia.
O que é certificação LEED?
É um selo verde* criado em 2000, pelo USGBC – Conselho de Construção Sustentável dos EUA, o LEED orienta e atesta o comprometimento de uma edificação com os princípios da sustentabilidade para a construção civil – antes, durante e depois de suas obras. Emitido em mais de 130 países de todo o mundo, o selo é considerado, hoje, a principal certificação de construção sustentável para os empreendimentos do Brasil, onde é representado oficialmente pelo GBC-Brasil – Conselho de Construção Sustentável do Brasil, que foi criado no país em 2007. Qualquer edificação pode se cadastrar para este selo: supermercado, hospital, residencias, bancos, hospitais, escolas, laboratórios de saúde, supermercados, prédios comerciais e outros – possuem a certificação LEED – Leadership in Energy and Environmental Design.
Uma cidade agradável e que acolhe seus habitantes possui ruas arborizadas e ajardinadas. Em um país tropical como o nosso, as árvores são fundamentais para garantir temperaturas amenas. Veja ideias de calçadas que criei em projetos de paisagismo onde o jardim começa na calçada. Imagine uma rua com árvores frutíferas plantadas – quem sabe pitangueiras! Esta é a cidade que queremos, com ruas seguras e bem cuidadas.
Rua Bogotá no Jardim Lindóia, junto ao Sicredi jardim e foto by Helena SchanzerCalçada da rua Bogotá vista do outro ângulo, jardim e foto by Helena SchanzerAvenida Assis Brasil, frente ao SICREDI- Butiazeiros – jardins e foto by Helena SchanzerCalçada na avenida Mauá, jardim em parceria com arq. Angela Ungaretti e foto by Helena SchanzerCalçada arborizada no Rio de Janeiro no Bairro Jardim Oceanico – sombra maravilhosaCalçada com palmeiras e bicicletário- não é no Brasil, esta é para inspirar! foto: Pixabay
O conforto ambientalnas cidades está relacionado com a presença da vegetação e das áreas verdes. A vegetação tem a capacidade de humanizar os ambientes gerando bem estar, refrescar a temperatura, atrair e alimentar a avifauna, absorver o impacto da água no solo quando chove, embelezar o ambiente, além de outros benefícios.
Telhados verdes no Sicredi paisagismo by Helena Schanzer
Na cidade, estamos acostumados a ver a vegetação nos parques e nos jardins cultivada na terra diretamente ou em vasos. Hoje, com o crescimento e adensamento urbano, os espaços destinados às áreas verdes e jardinsforam se adaptando e tomando conta das coberturas. É possível plantar um jardim no terraço e no telhado de um prédio, a tecnologia está aí para isto.
Azaleas no telhado verde- embaixo é estacionamento foto: Helena Schanzer
Foto: Helena Schanzer – terraço verde sobre estacionamento no Sicredi
As vantagens da utilização de telhados verdes são inúmeras tais como: absorção da água da chuva e redução do impacto da água de enxurrada, redução da poluição sonora, redução da poluição do ar, isolamento térmico, diminuição do ofuscamento da superfície das paredes, humanização do ambiente, melhoria da estética, além de criar um espaço para uso.
Vou mostrar alguns exemplos do que é possível realizar com a vegetação nas alturas. Nas fotos acima e abaixo são mostrados jardins executados sobre uma laje de concreto onde embaixo, foi construído o estacionamento do complexo de prédios na sede do Sicredi em Porto Alegre. O projeto de paisagismo foi desenvolvido pela equipe da engenheira agronôma Helena Schanzer em parceria com o arquiteto Milton Campos e o arquiteto Carlos Morganti, arquitetos do complexo de torres comerciais do Sicredi. A execução foi desenvolvida em parceria com Cahuy Jardins.
As áreas verdes do Sicredi estão situadas sobre uma grande laje de concreto, sendo que embaixo é o estacionamento do complexo de prédios. A drenagem e a impermeabilização garantem o escoamento e reaproveitamento adequado da água. A carga gerada pelos jardins está suportada pelo estrutural da edificação. Este grande jardim foi executado há 10 anos atrás.
Foto: Helena Schanzer – terraço verde sobre o estacionamento no Sicredi
O jardim nas alturas é formado de palmeiras fênix (Phoenix roebelinii) , palmeiras-gerivá (Arecastrum romanzofianum), Ave-do-paraíso (Strelizia reginae), cicas (Cyca revoluta), Agapantus e outras espécies que o sistema radicular não seja agressivo. O substrato a ser usado é também fundamental para o sucesso do plantio. O substrato é a mistura da terra+composto orgânico+areia+cascas de árvore.
Foto: Helena Schanzer – cicas e ericas
Para criar um telhado verde é fundamental que a equipe técnica projete e execute a impermeabilização, o caimento do laje/telhado adequado, a drenagem e o suporte do peso previstos na obra. Pode-se plantar sobre a laje de concreto ou usar sistemas modulares pré-fabricados adaptados para o plantio na horizontal e na vertical, como é o caso de paredes. Não esgotarei o assunto em um post, aos poucos vamos falando sobre este assunto tão fascinante.
Foto: Pixabay – Telhado verde da Academia de Ciencias da California/ EUAFoto: Zinco Divulgação – Sistema modular de telhados verdes – intensivo e extensivo
Foto: Zinco Divulgação – Sistema modular de telhados verdes – intensivo e extensivoFoto: Zinco Divulgação – Sistema modular de telhados verdes – intensivo e extensivo
Meu colega blogueiro Roberto Majola (fotógrafo e publicitário) do blog DesignBox, esteve semana retrasada na feira internacional de Milão. Voltou cheio de novidades para contar. Compartilho com vocês o que é tendência na feira italiana de Milão quando falamos de plantas. Majola disse que estão presentes em todos os ambientes. Em todo lugar tem vaso com planta ou floreira e muita espécie tropical. E não são vasinhos pequenos e tímidos. São vasões, superlativos com árvores dentro das salas, frutíferas, espécies tropicais com folhas grandes , plantas que ocupam espaço. Claro que adorei a tendência. A vegetação faz muito bem para a energia do ambiente. Humaniza, embeleza e traz vida ao espaço.
A vitalidade de uma selva e a tranquilidade de um bangalô se unem no DEDON JUNGALOW Foto: Roberto Majola
O Designer Vincent Van Duysen que assinou o estande da DADA, um espaço de 400m2 criou um pátio central com oliveiras centenárias simbolizando a paz. Molteni & C DADA é um dos principais fabricantes de móveis do mundo, que assina uma coleção de cozinhas exclusivas para Armani. Confere na foto abaixo, as oliveiras foram plantadas em vasos enormes.
Designer Vincent Van Duysen , novo diretor criativo da DADA Foto: Roberto Majola
Em todos ambientes tinham plantas, principalmente nas cozinhas. As plantas humanizavam os espaços minimalistas e davam vida aos ambientes. As espécies usadas são figueiras, limoeiros, oliveiras, filodendros ( costela-de-adão), temperos, hortaliças e muita planta tropical de interior.
Feira de Milão – plantas em todos lugares foto: Roberto Majola
Móveis de cozinha com floreiras embutidas para plantar temperos foto: Roberto MajolaMuitos temperos e frutas nas cozinhas, principalmente limão siciliano Foto: Roberto Majola
Bambu nos ambientes Foto: Roberto MajolaReciclagem e o verde foram destaques na feira Foto: Roberto MajolaVegetação por tudo Foto: Roberto Majola
Em termos de design, Roberto Majola destacou como tendência o uso de cores escuras nos ambientes e no mobiliário, muita lâmina natural e produtos sustentáveis. Uma forte tendência também foram ambientes multifuncionais para aproveitar melhor os espaços cada vez menores das casas.
Espaços multifuncionais foto: Roberto Majola
O Design para mobiliário de áreas externas também foi muito valorizado. O Majola preparou um video 360º para sentirem de perto o clima da feira.
A grande tendência atual é o uso de jardins verticais, telhados verdes e “cortinas verdes”. E o que são “Cortinas verdes”? São telas ou redes fixadas próximos do prédio onde são plantadas espécies trepadeiras. As plantas irão subir na tela e criar uma “cortina” de vegetação que protegerá da insolação direta economizando energia e ainda deixará a edificação humanizada. No dia 9 de abril começará na Faculdade de Arquitetura da PUCRS, o curso de Telhados, Paredes e Cortinas Verdes ministrados por mim e pela engenheira agrônoma Beatriz Maria Fedrizzi.
Jardins vertical em restaurante – Paisagismo: Alex Hanazaki – Execução-Vila-Garden foto: Luciano Lacerda
A engenheira agrônoma Beatriz Maria Fedrizzi e sua orientanda, a arquiteta Minéia Scherer, desenvolveram uma tese de doutorado sobre “Cortinas verdes na Arquitetura: Desempenho no controle solar e na eficiência energética de edificações”. A pesquisa recebeu o Prêmio UFRGS de Tese 2015 da área de Ciências Sociais e Aplicadas pelo Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura (Propar/UFRGS). O estudo que uniu agronomia e arquitetura, pesquisou alternativas para usar como “cortina verde” em prédios para diminuir o sol nas horas de calor. Uma das plantas mais usadas para cortinas verdes no Japão é uma espécie de pepino, que são colhidos e consumidos pelos moradores e funcionários.
Cortina verde com vegetação foto: divulgação www.gocj.net
Por exemplo: após o acidente da usina atômica de Fukushima, no Japão, em 2011, a energia ficou escassa. Então muitos prédios residenciais e corporativos adotaram a utilização de “cortinas verdes” que são “redes” fixadas na fachada do prédio onde foram plantadas espécies trepadeiras anuais. Estas plantas ao subirem nas redes, servem de barreira solar deixando a temperatura da edificação mais baixa. Isto economiza energia, pois diminui o uso do ar condicionado. Na chegada do outono, a planta morre e o sol volta a incidir na edificação, aquecendo-a.
Imagens: Kyocera.co.uk
Um representante da prefeitura de Surigani, no Japão relata que, foi feito um estudo para verificar os efeitos da cortina verde. Uma câmera termográfica, que mede a temperatura, mostrou que, na parte do prédio sem a cortina, o calor era de 40,5°C, sob a cortina, 32,9°C – uma diferença de 7,6°C.
Afinal, porque é importante plantar árvores? E com tantas espécies que existem, como escolher a árvore ideal para plantar? Vou dar uma ajuda com alguns esclarecimentos sobre as árvores. Há uma década atrás fiz meu mestrado em conforto ambiental na engenharia civil. Meu foco de estudo foi a vegetação no ambiente construído e sua relação com o conforto ambiental em termos de temperatura e bem estar das pessoas. Quando falo em vegetação, falo principalmente das árvores que são o expoente maior na paisagem. As árvores são importantes porque interferem na temperatura urbana e na purificação e oxigenação do ar através da fotossíntese. Além disto, as árvores fornecem sombra, umidificam o ar e mantem a temperatura mais fresca ao seu redor. As árvores tem relação intensa com a avifauna e a microfauna, além de fornecer frutos para os pássaros da cidade.
Árvore com altura de 30 metros – guapuruvu – foto: Pixabay
Em uma árvore podem habitar infinitas espécies de outras plantas menores (por ex. epífitas como orquídeas, samambaias, liquens, etc) e pequenos animais, insetos, microfauna e microorganismos no solo. A floração e a frutificação das árvores são super importantes para polinização, para a alimentação tanto da fauna como das pessoas. Enfim, as árvores são determinantes na vida do planeta, na nossa vida e bem estar.
Plantas epífitas em tronco de árvore – foto: Pixabay
Existem milhares de espécies de árvores (incluo as palmeiras nesta conceituação). Cada espécie com características diferentes e adaptadas a todo tipo de clima. Árvores que crescem bem rápido, outras lentamente. E de vários tamanhos quando atingem o porte adulto: de 3 metros de altura até 40 metros de altura ou até mais. Quando planejamos plantar uma árvore em um local, temos que pensar no tamanho que ela terá quando for adulta. Tudo depende do espaço que temos disponível, tanto para cima da terra, como para baixo do solo para o crescimento das raízes. Temos que considerar se dará flor, o tipo de fruto/a, tamanho das folhas, altura, diâmetro da copa, etc.
Árvore adulta de porte grande – foto: Pixabay
Existe árvore que tolera sol escaldante e temperatura seca. E árvore que gosta do frio e da umidade. Por exemplo: no clima frio ( temperado e subtropical), temos várias espécies de ciprestes, pinheiros e árvores que perdem as folhas no inverno, justamente para passar o sol para aquecer o ambiente. Também para que a neve que cai nas folhas não pese e rompa os galhos. E quando a árvore não perde as folhas no inverno, observe que ela tem folhas pequenas e finas. A natureza é sábia. Já nos trópicos onde o clima é quente, as folhas são grandes para dar mais sombra e tirar proveito da umidade do ar que é alta.
A árvore e a avifauna que dela depende para viver – foto: Pixabay
Minha dica é: conheça a árvore que pretende plantar, estude sobre ela para escolher a árvore certa para cada situação.
Saiba mais sobre as diferentes espécies de árvores:
A árvore é o melhor condicionador térmico natural que existe. A árvorerefresca a temperatura, fornece sombra, além de melhorar a qualidade do ambientedo entorno dela. E como isto acontece? As árvores tem uma capacidade térmica incrível de absorver a energia e o calor do sol. E os transformar em oxigênio após vários processos químicos-físicos que ocorrem no seu interior. A planta faz esta transformação de energia com custo zero, todos os dias.
Foto: Helena Schanzer – Arborização de ruas no Rio Janeiro- Barra- RJ
Entenda porque caminhar embaixo das árvores é mais refrescante
A temperatura da superfície de uma rua varia conforme o tipo de material que a reveste. Por exemplo, se a rua é de asfalto, a cor preta e o material asfáltico ocasionarão altas temperaturas junto a superfície do asfalto quando o sol incidir ali. Por outro lado, se a cobertura da rua for grama ou se a rua for arborizada, a temperatura será alguns graus Celsius* inferior em função do comportamento da luz solar nas folhas das plantas. Os raios do sol atingem a superfície foliar das árvores e do gramado e esta energia é absorvida e transformada em água (por transpiração), oxigênio e um percentual baixo será refletido na forma de calor. Olhe como funciona no desenho a seguir:
Comportamento da luz solar na folha da planta – Desenho e arte: Helena Schanzer
As árvores oxigenam o ar que respiramos, através da realização da fotossíntese liberando o oxigênio. Também umidificam o ar porque as árvores transpiram liberando água. Além disto, as folhagens absorvem a poeira do ar.
Foto: Pixabay – Árvores e gramado: garantia de temperaturas agradáveis
Foi feito um experimento para verificar a variação da temperatura embaixo da copa da árvore e sobre o asfalto:
Em um dia de sol, com temperatura do ar de 31°C na rua, mediu-se a temperatura do asfalto a uma distancia de 1 metro na vertical: mais de 50°C, bem quente. Junto ao tronco e embaixo da copa da árvore, mediu-se da mesma forma a temperatura e estava em 31°C. Já no gramado ao sol, a temperatura era de 39°C. Conclusão, a diferença de temperatura do asfalto para embaixo da copa da árvore junto ao tronco é de 19°C para a superfície com grama. E 11°C da grama para o asfalto. (ocorre o mesmo com o piso de basalto das calçadas). É uma variação bem grande de temperatura! Para saber mais sobre este estudo, olhe minha dissertação de mestrado nos links (ver na página 52): http://hdl.handle.net/10183/3203
Ao invés de utilizar os tradicionais telhados, a cobertura desta casa é verde (com vegetação). A grande vantagem da cobertura verde é que agrega conforto térmico, bem estar, visual agradável , além de absorver a água da chuva. A arquiteta Angela Bohrer e esta blogueira que vos escreve projetamos estes telhados verde da casa. Sobre a laje de concreto criou-se o jardim onde se cultivam temperos, frutíferas e plantas nativas que atraem beija flores. Transformou-se em área verde um espaço que, se fosse pavimentado, seria árido e sem vida.
Jardim – telhado verde em agosto de 2015 – Foto: Helena Schanzer
O jardim foi planejado na etapa do projeto da casa. Isto foi fundamental para que o peso final, quando os arbusto já estivessem crescidos, estivessem previstos no projeto estrutural. A impermeabilização da laje de concreto, o caimento e a drenagem dos terraços são fundamentais para o sucesso do jardim suspenso. A grama, os perfumes e os temperos criaram uma atmosfera aconchegante para a casa.
Jardim de casa com Telhado verde em 2010 – Foto: Helena Schanzer
Na sequencia de fotos abaixo temos o passo a passo da execução do jardim: a colocação do bidim sobre a brita, o substrato e o jardim pronto, alguns meses após implantado. Toda esta obra foi possível graças a projetos de engenheiros e arquitetos e acompanhamento técnico dos mesmos. A equipe de profissionais formada pela Arq. Angela Bohrer, a equipe de engenheiros da Appel Engenharia, capiteneada pelo eng. Paulo Appel, a engenheira estrutural Claudia Kusiack planejaram e executaram a residência com o telhado verde. O telhado verde foi planejado e executado pela eng. agrônoma Helena Schanzer e, antes da casa estar concluída , os jardins já estavam prontos. A equipe de plantio foi do Eng. Agricola Egon Zounar.
Etapa colocar o bidim – Jardim de casa com Telhado verde – Foto: Helena Schanzer
O terraço da foto está a 3 metros acima no solo e fica sobre a garagem da casa. No telhado verde, o produto usado como “terra” foi elaborado com composto orgânico e cascas de eucalipto. Este composto orgânico, também chamado de fertilizante orgânico é resultante do tratamento de resíduos orgânicos do processo da fabricação de celulose. Este substrato garante a drenagem, densidade e permeabilidade perfeita para o funcionamento do jardim, pois retêm água na medida certa para a vegetação e não fica encharcado. O sistema de telhado verde cria uma “esponja” para absorção da água da chuva e das enxurradas, que é coletada para uma sisterna para ser reusada na irrigação.
Colocação substrato no Jardim de casa com Telhado verde – Foto: Helena Schanzer
Jardim de casa com Telhado verde – Foto: Helena Schanzer
implantação do Jardim de casa com Telhado verde – Foto: Helena Schanzer
Para conhecer as espécies de vegetação que se cultivam neste telhado verde clique aqui: Lavanda, azaléas, pitósporo, hortelã, alecrim, alpinea, framboesa e outras.
Não sabe por onde começar a plantar? Clique aqui para aprender como plantar.